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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cândido Portinari

Cândido Portinari
Brodosqui, SP, Brasil, 1903 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1962

   Sua pintura teve um caráter figurativo, com ênfase em alguns aspectos bastante clássicos como, a linha do horizonte construindo a profundidade, a definição de volumes através do chiaro-oscuro, fatura renascentista abandonada pelos impressionistas, a qual adicionava branco para clarear a cor e preto para escurecê-la. Alguns retratos pintados pelo artista são de uma virtuosismo extremo. Sua obra é permeada por temáticas ruralistas e sociais, expressadasem técnicas apuradas ou mais ágeis, em composições que revelam uma lógica quase que matemática algumas vezes e outras, uma intuição. Suas monocromias ou coloridos intensos mostram, em telas, murais, afrescos, desenhos, composições que nos remetem aos mundos clássico e moderno, ao mesmo tempo. 

   Portinari iniciou seus estudos em desenho no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, em 1918. Foi aceito na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou pintura com Rodolfo Amoedo e Batista da Costa. Ganhou prêmio de viagem à Europa, tendo ficado de 1928 a 1931 entre a Inglaterra, Itália, Espanha e, finalmente, França. Com a tela "Café", ganhou menção honrosa na exposição do Carnegie Institute de Pittsburg, em 1935. Após alcançar projeção internacional, recebeu encomenda do ministro Gustavo Capanema para a confecção de uma série de afrescos para o Ministério da Educação. Posteriormente, pintou painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova York, participou da Exposição de Arte Moderna Latino-Americana, pintou ciclo de murais para a Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso, em Washington, decorou a capela da Pampulha, em Belo Horizonte, pintou os painéis "Guerra e Paz" para a sede da ONU, por encomenda do governo brasileiro. Trabalhou ativamente até sua morte por envenenamento das tintas a óleo, em 1962. 
Carmen S. G. Aranha

Wassily Kandinsky

Wassily Kandinsky
Moscou, Russia, 1866 - Neuilly-Sur-Seine, França, 1944

   Nasceu em 1866, em Moscou, na Russia. Sua primeira vontade foi ser músico. Entretanto, formou-se em direito e economia política na Universidade de Moscou. Aos 30 anos, encantado com um quadro de Monet, abandonou a carreira jurídica. Em 1900, em Munique, formou-se pela Academia Real.

   Seus primeiros trabalhos exprimiam a musicalidade e o folclore russo. Em Paris, onde viveu por um ano, Kandinsky entusiasmou-se pelas artes aplicadas e gráficas, bem como pelo estilo de pintura dos fauvistas. Em 1908, voltou a Munique. Publicou o ensaio Do Espiritual na Arte , em 1911, onde tratou a manifestação artística como expressão de uma necessidade interior. Em 1912, publicou o almanaque Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), nome de um quadro e do primeiro grupo expressionista, cuja vertente é mais lírica do que dramática, em relação ao grupo expressionista Die Brücke. 
   
   Voltou à Russia durante a Primeira Guerra, onde permaneceu até 1921. Acompanhou a Revolução Socialista e como membro do Comissariado para a Cultura Popular fundou vários museus. Reorganizou a Academia de Belas Artes de Moscou. Foi também professor da Bauhaus a partir de 1922. Escreveu Ponto e Linha sobre o Plano onde reflete sobre os elementos da linguagem plástica e suas correlações, colocando os problemas da abstração. 
   
   Tornou-se cidadão alemão em 1928. Em 1933, a Bauhaus foi fechada pelos nazistas e, em 1937, seus quadros foram confiscados. Em 1939, fugiu para a França, onde naturalizou-se. Morreu em Neuilly-sur-Seine, na França em 1944.

http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/percursos/percursos_fig_abst_biog_kandinsky.asp  (Em 31/10/2011 22h39)






domingo, 16 de outubro de 2011

ARTE ROMANA - INTRODUÇÃO

Augusto com Eros a seus pés
   O desenvolvimento da arte romana começou a partir do século II a.C., época em que Roma já dominava a totalidade do Mediterrâneo e avançava com passos firmes sobre o norte da Europa e a Ásia. Duas importantes culturas convergiram no período: a etrusca e a grega. A primeira, presente desde o início, no século VIII a.C., se caracterizava por um acentuado orientalismo, fruto do estreito contato comercial que os etruscos mantinham com outros povos da bacia do Mediterrâneo.
   Quanto à influência grega, o processo de helenização dos romanos tornou-se intensivo a partir do século IV a.C. e se traduziu em todos os âmbitos da cultura: a escultura, a arquitetura, a literatura e, inclusive, a religião e a língua. Ou se mandavam trazer da Grécia esculturas, colunas e objetos de todo tipo, ou se faziam cópias dos originais nas oficinas da cidade. O espírito romano, mais prático e menos lírico, não demorou muito a oferecer sua própria versão do estilo.
   Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como demonstração de grandeza. Não apenas mudou totalmente a imagem da capital como também a do resto das cidades do império. Palácios, casas de veraneio, arcos de triunfo, colunas com estelas comemorativas, alamedas, aquedutos, estátuas, templos, termas e teatros foram erguidos ao longo e ao largo dos vastos e variados domínios do império romano.

Augusto com Eros a seus pés - Detalhe

ARTE ROMANA - ESCULTURA

Marco Aurélio Sacrificando
 Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar as obras mais valiosas de Fídias, Policleto ou Praxítenes, eles tomavam providências no sentido de que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de copistas. Pode-se dizer que quase todas elas logo atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do império compensou com quantidade sua falta de originalidade.
   Encontrando na escultura a maneira ideal de perpetuar a história e seus protagonistas, proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas eqüestres de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçados praticamente à categoria de deuses. Cláudio, por exemplo, fez-se esculpir com os atributos de Júpiter, e Augusto se fez retratar com seus galões militares, afundado numa armadura que deixava entrever os músculos do Doríforo de Policleto.
   A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomou forma nos relevos. Num primeiro momento foram utilizados como suporte os frontispícios de templos e arcos de triunfo. No entanto, não demorou muito para essas superfícies se tornarem um espaço exíguo para conter o volume dos acontecimentos que deviam transmitir. Foi dessa maneira que nasceram as colunas comemorativas, ao redor das quais se esculpiam as imagens das batalhas do império. A riqueza de detalhes era uma das características desse trabalho.

ARTE ROMANA - PINTURA


Afresco na Vila dos Mistérios - Pompéia
  A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século II a.C., na época da república, disseminou-se entre as famílias patrícias, empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de mandar que se fizessem imitações da opulenta decoração de templos e palácios, tanto na casa em que viviam quanto naquela em que passavam o verão. Graças a um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes portas entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.
   Além dos ornamentos palacianos, os temas favoritos escolhidos por essa arquitetura fictícia eram quase sempre cenas da mitologia grega, vistas de cidades ou praças públicas e bucólicas paisagens tipicamente romanas. Com o tempo, aproximadamente na metade do império, esse costume deixou de ser moda e foi se atenuando, até que as grandes pinturas murais acabaram tendo reduzidas suas dimensões, para transformarem-se finalmente em pequenas imagens destinadas a obter efeitos decorativos.
   Isso se passava no âmbito da pintura propriamente dita, porque, convivendo com ela nos lares abastados e em não raros edifícios públicos, o mosaico foi o outro grande favorito na decoração de interiores romana. Os temas prediletos para a aplicação dessa complicada e minuciosa técnica foram, por um lado, o retrato, que podia ser bem pessoal ou apresentar um caráter familiar, e, por outro, as onipresentes cenas mitológicas, além das paisagens rurais ou das marinhas, com sua fauna e flora.

sábado, 15 de outubro de 2011

ARTE ROMANA - ARQUITETURA

Coliseu - Roma

   Embora não haja dúvida de que as obras arquitetônicas romanas tenham resultado da aplicação das proporções gregas à arquitetura de abóbadas dos etruscos, também é certo que lhes falta um caráter totalmente próprio, um selo que as distinga. Para começar, a partir do século II a.C., os arquitetos da antiga Roma dispunham de dois novos materiais de construção. Um deles, o opus cementicium - uma espécie de concreto armado - era um material praticamente indestrutível.
   Do outro lado estava o opus latericium, o ladrilho, que permitia uma grande versatilidade. Combinado com o primeiromaterial, ele oferecia a possibilidade de se construírem abóbadas de enormes dimensões e, apesar disso, muito leves. Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e composto.
   A evolução da arquitetura romana reflete-se fundamentalmente em dois âmbitos principais: o das escolas públicas e o das obras particulares. As primeiras (por exemplo, templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos) eram obras que apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades.
   Por outro lado, as segundas, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia, se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração faustosa e distribuídas em torno de um jardim. A plebe, ao invés disso, vivia em construções de vários pavimentos chamados de insulae, muito parecidos com nossos atuais edifícios, com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambiente nesses recintos.
   Seus característicos tetos de telha de barro cozido ainda subsistem em pleno século XX. A engenharia civil merece um parágrafo à parte. Além de construir caminhos que ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas. O conceito de grande urbe que tinham os romanos definitivamente era muito semelhante ao que existe em  nossos dias.