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terça-feira, 21 de junho de 2011

INDIANA E KHMERIANA - ESCULTURA

A escultura indiana teve, nas suas origens, um caráter decididamente naturalista. As figuras talhadas na pedra pareciam se reproduzir infinitamente para cobrir completamente - num descontrolado horror ao vazio - as paredes internas e externas do templo com figuras humanas e de animais, que, além de decorar, cumpriam a função de ensinar aos iniciados os princípios de Buda.Apesar de inteiramente figurativa, a arte budista dos primeiros tempos evitou representar o príncipe Iluminado.

Durante o período clássico (320-570 d.C.) a escultura indiana começou a adotar elementos fantásticos ao mesmo tempo que ganhou em monumentalidade. Essa tendência se manteve por vários séculos. O melhor exemplo disso é o relevo A Descida do Ganges (século I d.C.). No século XI apareceriam as primeiras imagens do príncipe santo nas oficinas da escola de Gandhara sob a influência grega. Os relevos com cenas eróticas extremamente explícitas, típicas da decoração dos stupas, surgiram a partir da indianização do budismo.

Isso se deveu ao fato de que sob a dinastia Mahayana, uma das ramificações religiosas indianas do budismo, o tantrismo, interpretou o ato sexual como a aproximação do homem do divino. A influência da estatuária indiana deixou sua marca no reino vizinho -- o Khmer, no Camboja. As formas búdicas e indianas foram adotadas em representações mais esquemáticas e rígidas, que evitavam toda referência ao erotismo, com uma qualidade artística visivelmente inferior, tanto nas estátuas quanto nos relevos.

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