quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Arte Brasileira da Chegada Portuguesa até o séc XIX - 7º ano
domingo, 7 de agosto de 2011
CUBISMO
FAUVISMO
EXPOSIÇÃO OLHAR E SER VISTO - CASA FIAT DE CULTURA
- O Retrato de Pompa
Os primeiros retratos ditos autônomos surgem no século XIII e ganham impulso com a invenção da portátil tela de pano como suporte. Os retratos deste grupo são ditos "de aparato". A imagem construída pelo artista deve ser impressionante, o retratado é mostrado como alguém especial, subtraído quase aos acidentes do efêmero. Daí serem de certo modo atemporais, não fosse pelas roupas que ajudam a configurar e situar os que as envergam. Os retratados estão sobre fundo neutro (ou genérico, como na tela de Gainsborough) e se deixam ver em poses hieráticas, afirmativas, quer apareçam de corpo inteiro ou de meio corpo. São retratos de pessoas e também símbolos de alguma outra coisa, sobretudo do poder. Os primeiros retratos foram os da realeza, do alto clero e da aristocracia, donde serem naturalmente "de aparato". Como em toda pintura de gênero, o que primeiro se retrata aqui é o próprio código a que a obra pertence – no caso, a ideia de pompa; o retratado é o meio para pintar-se a pompa em si mesma.
- O Recurso à Cena
Os retratos deste grupo apresentam seus modelos junto a alguém mais ou a alguma outra coisa, fazendo alguma coisa, representando alguma coisa – compõem, com as outras pessoas ou coisas representadas, uma cena que lhes empresta ou sugere uma qualidade
específica. De algum modo, todo retrato compõe uma cena, em particular os retratos de aparato; aqui, porém, a cena é mais explícita e ampla e a narrativa que propõe é mais extensa, se não mais complexa.
- Eu Mesmo
Atração narcisista pela própria imagem; tentativa de sair de si mesmo para enfim ver-se melhor, ver-se de outro modo; a simples comodidade de ser o modelo mais disponível; no início de sua história, esforço do artista para que o vissem como aqueles que ele próprio retratava, isto é, como um membro das classes altas, das profissões liberais (intelectuais), e não das manuais, que dependiam do esforço físico: tudo isso se encontra na origem e na história do autorretrato. Aqui, o espelho de que se serve o artista, por mais polido que seja, revela-se opaco ou tem um grau de refração que o torna inútil – porque reflete tanto o retratado quanto quem o mira.
- Retrato de Idéias
O retrato "convencional" é uma representação extraída diretamente da vida (ritrarre). Seu oposto, o retrato que se serve do imitare, é um acréscimo à vida, gera algo que não existia antes e que, portanto, não é uma reapresentação, mas uma apresentação pela primeira vez, uma presentificação – só existe no presente da arte que o propõe. A pessoa real que serviu para a representação pode ou não aparecer tal qual na obra. O que a obra retrata, antes, são ideias (estéticas, sociais, psicológicas). Tais obras se servem das pessoas para pôr em cena as ideias (uma família, um casal, uma profissão, uma atividade, uma situação, uma emoção). Em arte, de fato, nunca é diferente. Mas nesse grupo, o compromisso com as ideias e os ideais por cima da pessoa representada é ainda mais destacado.
- Retratos Modernos
Aqui, à primeira vista, os retratos são das pessoas elas mesmas, mais do que de alguma coisa que esteja por trás delas, que representem e na qual se amparem. O que se representa são elas mesmas e não o eventual poder que tenham ou objeto ou ser que as definam. Mas, por maior que seja a verossimilhança, em muitas destas telas predomina uma sensação de estranheza – mesmo que se ofereçam nuamente ao olhar, tampouco qui elas se revelam de todo, expõem-se. Tanto quanto a pessoa, o que se vê é a persona, a máscara que os retratados usam para se deixarem ver (quando não para se verem). De certo modo, essa é uma qualidade da maioria dos retratos; neste grupo, porém, o tom é mais acentuado, porque nenhum objeto de contexto ou símbolo sugerido vem em socorro do retratado – ou de quem o observa.
- Desconstrução
Com a arte moderna do final do século XIX, a figura – e com ela a identidade – vai-se desfazendo e vai sendo substituída por outra coisa. Picasso apresenta uma evidência exemplar desse modo, decompondo a cabeça da personagem numa multiplicidade de fragmentos, cuja soma é maior que o todo. Ao lado, Flávio de Carvalho e Chemiakin adotam procedimentos diferentes, que convergem, no entanto, para o mesmo fim: o retratado desaparece em favor da retratação da própria arte, da estética do artista, para quem o retratado é apenas um pretexto e nem de longe o mais importante. A representação do que está fora da arte chegou a seu fim.
(gênero da pintura em que se representa seres inanimados, como frutas, flores, livros, taças de vidro, garrafas, jarras de metal, porcelanas, dentre outros objetos), o retrato
(pintar o retrato de alguém), o auto–retrato
(pintar o retrato de si mesmo), a pintura histórica
(pintura de cenas e fatos históricos), a pintura de paisagem
(pintura de paisagens urbanas, rurais, etc), pintura
de gênero (que
faz referência às representações da vida cotidiana), o muralismo (pintura de grandes murais, geralmente em espaços abertos e públicos), dentre outros.
- Um tipo especial de luz para que as obras não sejam agredidas, por exemplo: para que com o tempo as cores das tintas não percam seu brilho e tom.
- Um excelente sistema de refrigeração, para que o excesso de calor não prejudique as obras deteriorando a tinta ou a faça trincar, prejudique a cola, o tecido, a madeira das obras, etc.
- Um bom sistema de segurança porque as obras são extremamente valiosas financeiramente, e ainda mais valiosas como bens culturais da humanidade.
- Seguro para cada obra.
- Não é permitido fotografar ou filmar a exposição, com ou sem flash.
- Não é permitido falar ao celular dentro das galerias, bem como enviar torpedos
- Não é permitido tocar nas obras.
- Não é permitido ultrapassar a faixa amarela presente no chão ou o nicho de segurança para ver as obras.
- Bolsas, mochilas, pastas e similares devem ser deixados no guarda-volumes no hall de entrada em frente à galeria.
- Não é permitido mascar chicletes, comer ou beber no recinto das exposições.
- Pede-se a gentileza de falar e movimentar-se com moderação nos espaços expositivos para que não atrapalhe a visita de outras pessoas.
- É recomendado o uso de um agasalho leve dentro da sala de exposição devido à temperatura ambiente baixa, por motivo de conservação das obras expostas.
- Levar um pequeno caderno ou bloco para anotações.
- Procure e registre o significado e definição das 10 (dez) palavras sublinhadas no texto.
- Anote em forma de tópicos as informações que o professor passar durante a visita e as comente de acordo com o texto acima.
- A) Selecione o nome do artista que você achou mais interessante na visita e produza uma biografia sobre este artista consultando no mínimo duas fontes de pesquisa. Obrigatoriamente uma das fontes de pesquisa deve ser o endereço do blog da disciplina do professor descrito abaixo: estudandoarteecristianismo.blogspot.com
- Como você interpreta o título da exposição: "Olhar e Ser Visto"?
- "A maneira como nos mostramos na verdade deveria ser de acordo com o caráter que possuímos, e ele (o caráter) deve ser dia a dia transformado por Cristo Jesus para vivermos e nos apresentarmos de maneira realmente bela." Como você entende esta parte do texto? De que modo você pode demonstrar que seu caráter foi transformado por Cristo?
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
ABSTRACIONISMO - INTRODUÇÃO
Entende-se por arte abstrata toda manifestação das artes plásticas, seja na pintura ou na escultura, na qual se desistiu da representação natural ou ilustrativa da realidade, para dar vazão a composições independentes dela. É preciso esclarecer que não é possível se falar de uma arte abstrata própria e unificada. Na verdade, houve dentro dela várias correntes, que às vezes estavam muito próximas quanto à sua filosofia, outras vezes muito afastadas, mas todas se mantinham sempre dentro do limite não-figurativo.
O pintor russo Kandinski foi o primeiro artista propriamente abstrato. Suas teorias sobre a abstração das formas como expressão do espírito humano determinaram uma mudança substancial na pintura e escultura do século XX. Juntamente com ele, Piet Mondrian, da corrente neoplástica, propôs a redução às formas geométricas puras de tudo aquilo que fosse representável. Essa foi uma proposta dos cubistas que o pintor levou a extremos totalmente não-figurativos, com a conseqüente racionalização da pintura.
O fato de os artistas mais representativos da arte moderna européia terem-se mudado para os Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, foi muito significativo para a difusão da arte abstrata. Muitos deles, convidados pelas universidades, deixaram entusiasmados os jovens artistas americanos, e lá fundou-se a American Abstracts Artists, precursora da vanguarda expressionista abstrata. Donos de galerias e colecionadores apoiaram o desenvolvimento dessas novas tendências e gerou-se um mercado artístico dinâmico.
A arte abstrata encontrou finalmente seu lugar nas galerias e coleções de uma sociedade moderna e pujante, principalmente depois de superada a crise da depressão dos anos 30.Enquanto isso, a Europa do pós-guerra retomou as tendências abstratas, mas agora sob a ideologia das novas filosofias existencialistas, que entendiam a atuação do artista como um compromisso vital com uma sociedade devastada e desolada pelo terror e pela violência.
ABSTRACIONISMO - PINTURA
A partir das obras dos pintores mais representativos das vanguardas européias, como Kandinski, Duchamp, Delaunay e Picasso, entre outros, surgiu uma pintura que subsistiu durante o período que medeou as duas guerras e veio à luz após a Segunda Guerra Mundial. A complexidade de motivações e a diversidade desses artistas produziram grupos diferentes, com traços específicos de estilo e certas técnicas que dificultam uma classificação estilística geral da pintura abstrata.
Assim, dentro dessa vasta diversidade que ocorre dentro da vanguarda do século XX, determinou-se, de modo muito superficial, a existência de duas grandes categorias, citadas de modo resumido a seguir. Não se pode esquecer que muitas correntes aconteceram simultaneamente, outras surgiram do desenvolvimento das anteriores e finalmente existem as que emergiram da total oposição representada por alguns artistas individualmente. A priori, então, e simplificando, pode-se falar de duas categorias.
De um lado a pintura abstrata lírica, de conteúdo simbólico e gestual, com uma atitude totalmente animista e subjetiva diante da obra, que parte de Kandinski e evolui na obra dos expressionistas americanos: Pollock, Kline, De Kooning e Motherwell, entre outros. Também estão nesta categoria as vanguardas do pós-guerra europeu, como o informalismo, representado por Fautrier, Dubuffet e Millares, e mais tarde por Bacon, ou o grupo Dau al Set, no qual se inclui o pintor Tapies.
De outro lado, desenvolve-se a pintura abstrata geométrica, totalmente independente da visão subjetiva, que a partir do cubismo evoluiu para um racionalismo matemático, representado pelas formas e cores puras. É o caso dos neoplásticos da Holanda, como Mondrian ou Van Doesburg, o suprematismo de Malevitch e o construtivismo russo. Também devem ser incluídas aqui as obras de Vasarely e Cruz-Díez.
ABSTRACIONISMO - ESCULTURA
A escultura abstrata se caracterizou pelo afastamento dos moldes naturalistas, em favor da representação das formas geométricas puras, mais racionais, ou as simbólicas, consideradas uma síntese das formas orgânicas. É preciso, no entanto, falar de peças, objetos e instalações, já que o tridimensional se desenvolveu a partir da combinação de materiais completamente alheios aos que a escultura havia conhecido até então, com exceção do dadaísmo e do cubismo.
A partir da arte abstrata o limite entre escultores e pintores se dissolveu ainda mais. Por isso, embora se faça referência a artistas dedicados principalmente à escultura, como Henry Moore ou Constantin Brancusi, houve muito outros que fizeram experiências interdisciplinares, como os neoplásticos holandeses ou os minimalistas americanos e ingleses. Na escultura abstrata surgiram correntes diversas, muitas vezes de acordo com as da pintura, que possibilitam sua classificação.
A escultura orgânica, que tem seus antecedentes mais imediatos no dadaísmo, agrupou todos os artistas que ainda buscavam a representação da subjetividade humana e de seu próprio simbolismo interno, sem abandonar totalmente as formas figurativas. Quanto à escultura racionalista, ela se caracterizou pelo rigor de suas formas volumétricas, chegando em alguns casos, como os neo-abstratos, a reduzir a função da escultura à mera ocupação do espaço.
A exemplo da pintura, a escultura abstrata chega ao auge graças ao interesse que despertou em marchands e colecionadores e aos programas estatais que deram aos artistas oportunidade de popularizar suas obras, utilizando-as na decoração urbana. Como ocorreu antes, com os mecenas do renascimento, as cidades passaram por uma renovação estética em que as novas peças da arte abstrata se integraram, em praças e calçadas, com as mais importantes dos séculos passados.
ABSTRACIONISMO - ARQUITETURA
Distanciados de todo academicismo, os arquitetos do chamado Movimento Moderno deixaram para trás as tendências históricas, para criar uma arquitetura isenta de adornos supérfluos ou de referências ao passado. Surgiu assim uma arquitetura racional, de formas geométricas puras, que revalorizou o espaço e a funcionalidade, com edifícios simples, de grandes superfícies transparentes. As grandes cidades, a especulação financeira e os novos materiais favoreceram esta nova arquitetura.
Os engenheiros, convencidos de sua capacidade de criar edifícios tão básicos na aparência, produtos da criatividade, mas também da tecnologia, passaram a competir com os arquitetos abstratos. Entre os primeiros racionalistas destacou-se a escola Bauhaus, com suas propostas de linhas simples, em que interiores e exteriores se fundiam, criando espaços homogêneos. Exemplo disso é o pavilhão alemão da Exposição Universal de Barcelona (1921), de Mies van der Rohe.
Na Holanda, por sua vez, os arquitetos do grupo De Stijl chegaram às mesmas simplificações, dessa vez influenciados pela sutileza e praticidade da arquitetura japonesa. A arquitetura construtivista russa propôs moradias do tipo celular, ou seja, poliambientais, na construção de fábricas e clubes de operários.Mas sem dúvida o auge do funcionalismo chegaria com o francês Le Corbusier, cujas formas volumétricas simples se adaptaram tanto às moradias quanto às fábricas.
O mesmo ocorreu na América, principalmente após a chegada dos arquitetos europeus, cujas teorias funcionais tiveram grande aceitação no seio das universidades. Experimentava-se então ali a criação de uma nova arquitetura anti-historicista. A única exceção foi o arquiteto Frank Lloyd Wright, cujas obras, a meio caminho entre o caráter orgânico do modernismo e o novo racionalismo, estão entre as mais singulares do século XX.
SURREALISMO - INTRODUÇÃO
O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Este movimento, a exemplo de seus predecessores, pregou a transgressão dos valores morais e sociais, a nulidade das academias e a dessacralização do artista, com uma ressalva: ao nihilismo fundamentalista do dadaísmo opôs uma atitude esperançosa e comprometida com seu tempo.
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições.
A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo.Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano: o subconsciente.
Dentro do surrealismo devem-se destacar três períodos importantes e bem diferenciados entre si: o período dos sonhos (1924), representado pelas obras de natureza simbólica, obtidas através de diferentes procedimentos de automatismo, de um certo figurativismo; o período do compromisso político (1928), expresso na filiação de seus líderes ao comunismo; e uma terceira fase (1930), de difusão, que se empenhou na formação de grupos surrealistas em toda a Europa, tendo conseguido a adesão de grupos americanos.
SURREALISMO - PINTURA
Em um dos números da revista A Revolução Surrealista, que André Breton editava, ele não só aceitava a teoria freudiana do automatismo verbal (livre associação de palavras), como também admitia a possibilidade do automatismo gráfico (livre associação de imagens), dois processos que, na opinião dele, estão estreitamente relacionados. O poeta citava concretamente dois artistas: Pablo Picasso e Max Ernst. Pela primeira vez se aprovava a existência de uma pintura surrealista.
Segundo Breton, há dois métodos propriamente surrealistas: o automatismo rítmico (pelo qual se pintava seguindo o impulso gráfico) e o automatismo simbólico (a fixação das imagens oníricas ou subconscientes de maneira natural). De acordo com isso, surgiram grupos diferentes de pintores: Miró, Hans Arp e André Masson, por exemplo, representaram o surrealismo orgânico ou automatista, enquanto Dalí, Magritte, Chagall e Marx Ernst, entre outros, desenvolveram o surrealismo simbólico.
Os surrealistas não representaram subjetivamente a realidade, pelo contrário, tentaram objetivar seu mundo interno, como demonstram suas obras.Na América Latina, esse tipo de representação encontrou eco principalmente entre pintores do porte de Frida Kahlo e Wilfredo Lam, entre outros. Sua pintura estava impregnada desse aspecto telúrico e quase ingênuo que tanto interesse despertara nos surrealistas europeus, apesar de não lhe faltar características expressionistas.
SURREALISMO - ESCULTURA
No surrealismo, melhor do que falar em escultura, deve-se falar em objetos retirados do seu contexto - algo muito parecido com o que o francês Marcel Duchamp, na ocasião também membro do movimento, havia iniciado com seus ready mades. Os surrealistas se dedicaram conscientemente a reunir os objetos mais díspares, privados de sua funcionalidade, para expressar as necessidades mais íntimas do homem. No começo, chegaram inclusive a falar de dois tipos de objetos: os naturais (vegetais, animais e minerais) e os de uso cotidiano.
Exemplo claro do culto ao objeto, iniciado por este movimento, foi a Exposição de Objetos Surrealistas de 1936. Nela se representaram as mais extravagantes combinações, produto das associações inconscientes de seus autores. Alguns podiam ser interpretados quase automaticamente pelo público, de tão simples que eram em sua composição, enquanto outros se mantinham dentro de um hermetismo simbólico poético, no melhor estilo das esculturas dadaístas.
No entanto, deve-se destacar que os objetos surrealistas, no limite entre a ironia e a perversão, tentavam abrir a imaginação do espectador para a multiplicidade de relações existentes entre as coisas, para a associação livre de condicionamentos. Prova disso foram o engenhoso Telefone-lagosta, de Dalí, ou as combinações de objetos de Miró. Referindo-se à escultura surrealista, André Breton, precursor do movimento, disse: "não encontramos mais do que aquilo de que precisamos profundamente".
SURREALISMO – FOTOGRAFIA E CINEMA
O cinema e a fotografia surrealista assimilaram, logicamente, os parâmetros da pintura e da escultura desta corrente. Os diretores de cinema procuraram o exorcismo do subconsciente por meio de imagens totalmente simbólicas ou no limite do absurdo. Não faltaram nessas disciplinas a crítica às convenções morais, religiosas e políticas, mas sempre sob a forma de herméticas metáforas visuais, alienadas e provocantes, que tinham pouco em comum com o cinema e a fotografia tradicionais.
São dois os grandes representantes do cinema surrealista: o espanhol Luis Buñuel e o francês Jean Cocteau. Da filmografia do primeiro é preciso destacar-se os filmes O Cão Andaluz e A Idade Dourada. Em ambas as obras, uma espécie de exercício de filmagem, o cineasta não poupa imaginação para criar mundos completamente fantásticos. Com base em cenas de aparência onírica, paradoxalmente subversivas e ao mesmo tempo poéticas, conta histórias inverossímeis e audazes. Na primeira, trabalhou em colaboração com Salvador Dalí.
A obra de Cocteau se manteve dentro da linguagem simbólica dos sonhos com imagens absurdas, produto de fotomontagem. Seus filmes mais conhecidos são Sangue de um Poeta e A Bela e a Fera.O fotógrafo por excelência do surrealismo foi o norte-americano Man Ray. Depois de militar nas fileiras do dadaísmo, ele não hesitou em passar para o grupo de amigos de Breton, interessado no que o inconsciente e o automatismo podiam dar à fotografia.