A escultura abstrata se caracterizou pelo afastamento dos moldes naturalistas, em favor da representação das formas geométricas puras, mais racionais, ou as simbólicas, consideradas uma síntese das formas orgânicas. É preciso, no entanto, falar de peças, objetos e instalações, já que o tridimensional se desenvolveu a partir da combinação de materiais completamente alheios aos que a escultura havia conhecido até então, com exceção do dadaísmo e do cubismo.
A partir da arte abstrata o limite entre escultores e pintores se dissolveu ainda mais. Por isso, embora se faça referência a artistas dedicados principalmente à escultura, como Henry Moore ou Constantin Brancusi, houve muito outros que fizeram experiências interdisciplinares, como os neoplásticos holandeses ou os minimalistas americanos e ingleses. Na escultura abstrata surgiram correntes diversas, muitas vezes de acordo com as da pintura, que possibilitam sua classificação.
A escultura orgânica, que tem seus antecedentes mais imediatos no dadaísmo, agrupou todos os artistas que ainda buscavam a representação da subjetividade humana e de seu próprio simbolismo interno, sem abandonar totalmente as formas figurativas. Quanto à escultura racionalista, ela se caracterizou pelo rigor de suas formas volumétricas, chegando em alguns casos, como os neo-abstratos, a reduzir a função da escultura à mera ocupação do espaço.
A exemplo da pintura, a escultura abstrata chega ao auge graças ao interesse que despertou em marchands e colecionadores e aos programas estatais que deram aos artistas oportunidade de popularizar suas obras, utilizando-as na decoração urbana. Como ocorreu antes, com os mecenas do renascimento, as cidades passaram por uma renovação estética em que as novas peças da arte abstrata se integraram, em praças e calçadas, com as mais importantes dos séculos passados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário