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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Arte Brasileira da Chegada Portuguesa até o séc XIX - 7º ano


Primeira Missa no Brasil - Victor Meirelles 1860 (A tela produzida anos depois do fato retrata os portugueses colonizadores realizando a primeira missa no Brasil logo apos sua chegada e "descobrimento". 
   
   Até a chegada dos portugueses, a população indígena brasileira se espalhava por quase todo território nacional. Praticando livremente sua cultura e crenças. Apesar de não podermos falar de uma arte indígena brasileira de modo geral, já que cada grupo possui hábitos e costumes que dizem respeito a sua tribo específica, há algumas características similares entre os grupos. Uma delas é a tendência a geometrização e padrões na confecção das pinturas corporais e nas peças de artesanato como vasos e utensílios. Muitas vezes estas pinturas geometrizadas são esquemas de animais e plantas pintados de modo repetitivo, formando um mosaico geométrico nos corpos e sendo entendidos apenas pelo grupo.
   Após a chegado dos colonizadores portugueses no Brasil, o cenário cultural de nossa nação sofre grande mudança e novidades aparecem tanto para indígenas como para portugueses, já que a presença de ambos e suas culturas eram novidades uns para os outros. Isso explica o grande número de pinturas, e mais tarde fotografias, de índios enviados a Europa no período colonial. O mundo europeu tinha muita curiosidade em conhecer o novo mundo descoberto (Brasil), por isso imagens de índios, plantas, animais, e paisagens eram produzidos e enviados, externando o fascínio dos colonizadores pelo exotismo do Brasil em relação a Europa. A tendência a pintar índios e cenas indígenas e chamada de indianismo.
   Com a mudança da família real portuguesa para o Brasil, houve o desejo (na verdade uma necessidade) de se criar uma cultura de produção artística no Brasil de modo semelhante ao que acontecia na Europa. Um grupo de artistas franceses fora contratado pela coroa portuguesa e trazido ao Brasil com a missão de produzir e ensinar artes plásticas no Brasil. Também tinham a missão de fundar a primeira escola de artes plásticas em nossa terra. Essa missão recebeu o nome de missão artística francesa e por  ordem de Dom João VI, de Portugal, em 12 de agosto de 1816 a primeira escola de artes brasileira foi fundada na cidade do Rio de Janeiro com o nome de Academia Imperial de Belas Artes. Na academia se ensinava desenho, pintura, escultura, história da arte, e conhecimentos e habilidades específicas necessárias a essas práticas.
   Algo interessante a ser observado é que naquele período havia uma hierarquia, ou seja, uma ordem de importância para a pintura. O gênero considerado o mais elevado era o da pintura de cena histórica, seguido da pintura de retrato. Em nível inferior ficavam a pintura de natureza morta (pintura de objetos, arranjos de flores e frutas), pintura de gênero (pintura de cenas do cotidiano), e pintura de paisagem. Não é difícil entender porque a pintura de cena histórica e retratos eram os gêneros mais nobres, basta lembrarmos que até a invenção da fotografia, a forma de se contar e mostrar fatos através de imagens, seja do presente ou passado, era através da pintura. As imagens perpetuam – fazem permanecer, durar – na mente das pessoas lembranças sobre fatos passados. Além de ilustrar com imagens acontecimentos importantes ocorridos, como revoluções, guerras, fatos políticos, sociais e culturais, retratos de pessoas importantes e ilustres na sociedade, retratos de nobres, oficiais. e pessoas de cargos de destaque, como membros da família real, políticos, militares, autoridades religiosas como papas, cardeais, bispos e padres, professores ilustres, dentre outros. Por isso grandes pinturas desse tipo ilustram livros didáticos até hoje. São cenas de batalhas, da primeira missa no Brasil, da chegada e vida da família real, e hábitos cotidianos da vida no Brasil.
   A partir da nova escola de arte recém fundada, outros grupos de artistas foram criados com propósitos diferenciados. Um grupo de destaque foram as missões científicas.Trata-se de grupos de pesquisadores (professores, cientistas...) que tinham a missão de penetrar pelo território brasileiro descobrindo, registrando e catalogando, novas espécies de animais e plantas. Para fazerem os registros das descobertas, artistas acompanhavam os grupos realizando pinturas rápidas dos achados. As pinturas eram realizadas na técnica da aquarela, por se tratar de uma técnica que não utilizava muita tinta, de secagem rápida devido ao clima brasileiro muito quente (especificamente no Rio de Janeiro), e de não utilizar de materiais muito específicos para sua realização. Essas pinturas ilustraram muitos livros produzidos sobre o Brasil enviados a Europa.
   Alguns anos à frente, um invento começou a revolucionar a maneira de se obter imagens no mundo. Foi a invenção da primeira máquina para obtenção de imagens através da luz, ou seja, da primeira máquina fotografica (foto significa luz, e grafia gravar, registrar ou desenhar). Seu inventor foi um francês chamado Louis Daguerre em 1837 e a máquina foi anunciada em 1839. Não foi chamada a princípio de máquina fotográfica e sim de daguerreótipo, em homenagem a seu inventor. O modo de se obter a fotografia era bem complicado, utilizando placas preparadas de prata e produtos químicos como o iodeto de prata, hipossulfito de sódio, e vapor de mercúrio. Apenas era possível a obtenção de uma única fotografia, não sendo possível realizar cópias. Dom Pedro II adquiriu no ano de 1840 um daguerreótipo, porém, já em 1824, o francês Antoine Hercules Romuald Florence, que residia em Campinas, já fazia experiências com um tipo de máquina fotográfica utilizando papel, isso sem saber dos experimentos de Louis Daguerre. Antoine Hercules batizou o processo que descobriu de Photografie. Esta foi a primeira vez que este processo de obtenção de imagens recebeu este nome. Pela descoberta de Florence, o Brasil é considerado um dos pioneiros na Fotografia.

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