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domingo, 7 de agosto de 2011

EXPOSIÇÃO OLHAR E SER VISTO - CASA FIAT DE CULTURA


 O LOCAL

A Casa Fiat de Cultura é um espaço cultural inaugurado no ano de 2006 no bairro Belvedere, região de Nova Lima próximo ao BH Shopping de Belo Horizonte. É um espaço contendo galerias para exposições artísticas e salas para palestras e exibição de filmes com a intenção de promover mostras e programações culturais que enriqueçam e proporcionem um ambiente adequado para que os visitantes aumentem seus conhecimentos sobre arte, história, dentre muitos outros possíveis temas. E essa é exatamente uma das funções principais de uma galeria de arte, promover momentos agradáveis de apreciação de obras de arte e peças históricas, promover cultura através da possibilidade que as pessoas tem de conhecer coisas novas sobre diversos temas, educar e trazer novos conhecimentos a seus expectadores e propiciar que os visitantes tenham contato com obras que muitas vezes apenas seriam vistas nos livros.

A EXPOSIÇÂO

A exposição visitada tem por título "Olhar e Ser Visto". Trata-se de um conjunto de retratos e auto-retratos feitos por artistas desde o século XVI até o século XX onde podemos observar as diferentes formas de se realizar o retrato de alguém durante a passagem desses anos. O que vai demonstrar para o expectador a percepção e comparação entre variados movimentos artísticos. Em algumas épocas os retratos serão de corpo inteiro e em lugares fechados, como no interior de uma casa. Em outras épocas as pessoas retratadas serão colocadas pelo pintor em um ambiente inventado (fictício), ou mesmo em épocas que não eram a delas, como em um passado distante ou anos a frente no futuro.
Veremos que no século XVI e XVII as pessoas serão pintadas como se estivessem olhando para o expectador com uma postura firme, nobre e até mesmo de autoridade. Com o passar dos anos as posturas mudam, porque os artistas e a maneira com que as pessoas retratadas queriam ser vistas também haviam mudado. Muitas vezes veremos pessoas em seus locais de trabalho, demonstrando suas habilidades, ou o que pensavam, como viviam, quem eram, ou simplesmente posando para em seguida se observarem e se descobrirem.
Podemos observar também os diferentes modos de pintar de cada artista e de cada época, e também como em cada época os artistas e as pessoas têm formas diferentes de enxergar o mundo, o seu próximo e a si mesmo. Podem ser observadas pinturas realizadas próximas a perfeição realista (como uma fotografia) em algumas épocas, alegóricas em outras, abstratas, desenhadas como uma animação ou quadrinhos, pintadas sem muita preocupação com os contornos ou geométricas e até mesmos "conceituais" (ou seja, que transmite apenas o conceito – a idéia – do que ela realmente queria falar. Muitas vezes não demonstrava a imagem da pessoa retratada, apenas sugere pela escrita, objetos e outros).
Para facilitar a leitura da exposição, as obras artísticas foram divididas em grupos dentro do espaço da galeria a partir de seus temas e épocas. São 6 (seis) grupos divididos da seguinte maneira: 
  1. O Retrato de Pompa

    Os primeiros retratos ditos autônomos surgem no século XIII e ganham impulso com a invenção da portátil tela de pano como suporte. Os retratos deste grupo são ditos "de aparato". A imagem construída pelo artista deve ser impressionante, o retratado é mostrado como alguém especial, subtraído quase aos acidentes do efêmero. Daí serem de certo modo atemporais, não fosse pelas roupas que ajudam a configurar e situar os que as envergam. Os retratados estão sobre fundo neutro (ou genérico, como na tela de Gainsborough) e se deixam ver em poses hieráticas, afirmativas, quer apareçam de corpo inteiro ou de meio corpo. São retratos de pessoas e também símbolos de alguma outra coisa, sobretudo do poder. Os primeiros retratos foram os da realeza, do alto clero e da aristocracia, donde serem naturalmente "de aparato". Como em toda pintura de gênero, o que primeiro se retrata aqui é o próprio código a que a obra pertence – no caso, a ideia de pompa; o retratado é o meio para pintar-se a pompa em si mesma.

  2. O Recurso à Cena

    Os retratos deste grupo apresentam seus modelos junto a alguém mais ou a alguma outra coisa, fazendo alguma coisa, representando alguma coisa – compõem, com as outras pessoas ou coisas representadas, uma cena que lhes empresta ou sugere uma qualidade
    específica. De algum modo, todo retrato compõe uma cena, em particular os retratos de aparato; aqui, porém, a cena é mais explícita e ampla e a narrativa que propõe é mais extensa, se não mais complexa.

  3. Eu Mesmo

    Atração narcisista pela própria imagem; tentativa de sair de si mesmo para enfim ver-se melhor, ver-se de outro modo; a simples comodidade de ser o modelo mais disponível; no início de sua história, esforço do artista para que o vissem como aqueles que ele próprio retratava, isto é, como um membro das classes altas, das profissões liberais (intelectuais), e não das manuais, que dependiam do esforço físico: tudo isso se encontra na origem e na história do autorretrato. Aqui, o espelho de que se serve o artista, por mais polido que seja, revela-se opaco ou tem um grau de refração que o torna inútil – porque reflete tanto o retratado quanto quem o mira.

  4. Retrato de Idéias

    O retrato "convencional" é uma representação extraída diretamente da vida (ritrarre). Seu oposto, o retrato que se serve do imitare, é um acréscimo à vida, gera algo que não existia antes e que, portanto, não é uma reapresentação, mas uma apresentação pela primeira vez, uma presentificação – só existe no presente da arte que o propõe. A pessoa real que serviu para a representação pode ou não aparecer tal qual na obra. O que a obra retrata, antes, são ideias (estéticas, sociais, psicológicas). Tais obras se servem das pessoas para pôr em cena as ideias (uma família, um casal, uma profissão, uma atividade, uma situação, uma emoção). Em arte, de fato, nunca é diferente. Mas nesse grupo, o compromisso com as ideias e os ideais por cima da pessoa representada é ainda mais destacado.

  5. Retratos Modernos

    Aqui, à primeira vista, os retratos são das pessoas elas mesmas, mais do que de alguma coisa que esteja por trás delas, que representem e na qual se amparem. O que se representa são elas mesmas e não o eventual poder que tenham ou objeto ou ser que as definam. Mas, por maior que seja a verossimilhança, em muitas destas telas predomina uma sensação de estranheza – mesmo que se ofereçam nuamente ao olhar, tampouco qui elas se revelam de todo, expõem-se. Tanto quanto a pessoa, o que se vê é a persona, a máscara que os retratados usam para se deixarem ver (quando não para se verem). De certo modo, essa é uma qualidade da maioria dos retratos; neste grupo, porém, o tom é mais acentuado, porque nenhum objeto de contexto ou símbolo sugerido vem em socorro do retratado – ou de quem o observa.

  6. Desconstrução

    Com a arte moderna do final do século XIX, a figura – e com ela a identidade – vai-se desfazendo e vai sendo substituída por outra coisa. Picasso apresenta uma evidência exemplar desse modo, decompondo a cabeça da personagem numa multiplicidade de fragmentos, cuja soma é maior que o todo. Ao lado, Flávio de Carvalho e Chemiakin adotam procedimentos diferentes, que convergem, no entanto, para o mesmo fim: o retratado desaparece em favor da retratação da própria arte, da estética do artista, para quem o retratado é apenas um pretexto e nem de longe o mais importante. A representação do que está fora da arte chegou a seu fim.

O GÊNERO "RETRATO"

Existem alguns gêneros artísticos distintos dos quais podemos citar: a natureza morta
(gênero da pintura em que se representa seres inanimados, como frutas, flores, livros, taças de vidro, garrafas, jarras de metal, porcelanas, dentre outros objetos), o retrato
(pintar o retrato de alguém), o auto–retrato
(pintar o retrato de si mesmo), a pintura histórica
(pintura de cenas e fatos históricos), a pintura de paisagem
(pintura de paisagens urbanas, rurais, etc), pintura
de gênero (que
faz referência às representações da vida cotidiana
), o muralismo (pintura de grandes murais, geralmente em espaços abertos e públicos), dentre outros.
O retrato pertence a um dos mais antigos gêneros da arte, porém nunca deixou de ser realizado e respeitado. Sendo reinventado ao longo dos anos em diferentes modos de representação e significado. O retrato procura responder a uma pergunta fundamental: Quem sou eu, qual a minha imagem, como me pareço? Essa é a pergunta básica que alguém faz a um artista quando pede-lhe que faça o seu retrato, e também a pergunta que um artista faz a si mesmo quando decide fazer um auto-retrato. E mais ainda, todas as vezes que um artista observa um retrato de si ou alguém observa o retrato que um artista fez dela, essa é automaticamente a pergunta que lhe vem a mente, porque todos nós queremos de algum modo nos conhecer, saber como as pessoas nos vêem, e dizer para as pessoas como gostaríamos de ser vistos.
A maneira como nos mostramos na verdade deveria ser de acordo com o caráter que possuímos, e ele (o caráter) deve ser dia a dia transformado por Cristo Jesus para vivermos e nos apresentarmos de maneira realmente bela.
Na realidade um retrato nos faz refletir sobre nos mesmos. É por esse motivo que um retrato muitas vezes não representa apenas o exterior de alguém, os artistas buscam interpretar também, de algum modo, a personalidade, o caráter, as características do jeito de ser (da alma, dos sentimentos) da pessoa retratada. O quadro de um retrato tenta ser, portanto uma representação profunda da pessoal retratada.
Nesta exposição poderemos observar que muitas pessoas são pintadas com alguns objetos para reforçar o que querem dizer sobre si. Por exemplo: podemos encontras mulheres segurando livros e marcando as páginas dos livros com os dedos querendo dizer que estavam lendo quando posaram por um instante para a realização da pintura, e que são pessoas muito cultas (de grande conhecimento e estudo) e amantes do saber. Veremos pessoas com instrumentos de trabalho, ou com jóias para se dizerem ricas. Em outros momentos veremos pessoas se mostrando muito sérias e altivas como reis, querendo demonstrar que são autoridades. Haverá ainda pessoas que "olham" para qualquer lado no quadro, menos para o expectador, querem dizer que "não estão nem ai" para quem esta vendo ou que estão atentas a outras coisas, até mesmo consigo mesmas.

DE ONDE VÊM AS OBRAS

Todas as obras expostas nesta mostra são pinturas originais realizadas por artistas que viveram entre o século XVI e século XX. Dentre as obras dessa exposição há apenas uma fotografia e uma escultura também originais. As obras pertencem hoje ao MASP (Museu de Arte de São Paulo) que as emprestou à Casa Fiat de Cultura para que pudessem ser apreciadas pelo público de Belo Horizonte.
Para serem vistas em BH foi necessário que cada obra fosse guardada em caixas especialmente feitas para cada uma delas, de modo a garantir a segurança e também proporcionar que as obras viessem na temperatura e posição corretas. Além disso, a galeria dever contar dentre outras coisas com:

  • Um tipo especial de luz para que as obras não sejam agredidas, por exemplo: para que com o tempo as cores das tintas não percam seu brilho e tom.

  • Um excelente sistema de refrigeração, para que o excesso de calor não prejudique as obras deteriorando a tinta ou a faça trincar, prejudique a cola, o tecido, a madeira das obras, etc.
  • Um bom sistema de segurança porque as obras são extremamente valiosas financeiramente, e ainda mais valiosas como bens culturais da humanidade.
  • Seguro para cada obra. 
Por esses motivos é que devemos adotar algumas posturas para visitar a mostra conforme o item a seguir.

COMO VISITAR UMA EXPOSIÇÃO

Para visitar uma exposição devemos tomar atitudes e respeitar regras como: 
  • Não é permitido fotografar ou filmar a exposição, com ou sem flash.
  • Não é permitido falar ao celular dentro das galerias, bem como enviar torpedos
  • Não é permitido tocar nas obras.
  • Não é permitido ultrapassar a faixa amarela presente no chão ou o nicho de segurança para ver as obras.
  • Bolsas, mochilas, pastas e similares devem ser deixados no guarda-volumes no hall de entrada em frente à galeria.
  • Não é permitido mascar chicletes, comer ou beber no recinto das exposições.
  • Pede-se a gentileza de falar e movimentar-se com moderação nos espaços expositivos para que não atrapalhe a visita de outras pessoas.
  • É recomendado o uso de um agasalho leve dentro da sala de exposição devido à temperatura ambiente baixa, por motivo de conservação das obras expostas.
  • Levar um pequeno caderno ou bloco para anotações.
ATIVIDADES PARA ENTREGAR EM FOLHA SEPARADA
  1. Procure e registre o significado e definição das 10 (dez) palavras sublinhadas no texto.

  2. Anote em forma de tópicos as informações que o professor passar durante a visita e as comente de acordo com o texto acima.

  3. A) Selecione o nome do artista que você achou mais interessante na visita e produza uma biografia sobre este artista consultando no mínimo duas fontes de pesquisa. Obrigatoriamente uma das fontes de pesquisa deve ser o endereço do blog da disciplina do professor descrito abaixo: estudandoarteecristianismo.blogspot.com


    1. Porque não podemos dizer que o que vemos em um retrato pintado é realmente uma expressão fiel da pessoa retratada? De um exemplo prático.
    1. Porque podemos dizer que o retrato nos faz refletir sobre nos mesmos?
    1. Como você interpreta o título da exposição: "Olhar e Ser Visto"?
    1. "A maneira como nos mostramos na verdade deveria ser de acordo com o caráter que possuímos, e ele (o caráter) deve ser dia a dia transformado por Cristo Jesus para vivermos e nos apresentarmos de maneira realmente bela." Como você entende esta parte do texto? De que modo você pode demonstrar que seu caráter foi transformado por Cristo?

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