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domingo, 7 de agosto de 2011

CUBISMO


O Cubismo foi um movimento artístico criado por Pablo Picasso e Georges Braque por volta do ano de 1906 enquanto trabalhavam juntos em um atelier de arte na França, que era considerada naquela época a capital mundial das artes. O movimento foi completamente vanguardista por lidar com questões ainda pouco exploradas em arte e por introduzir técnicas novas e pouco convencionais de produção artística.
Em primeiro lugar, eles pensaram em construir imagens que representassem não apenas um lado do objeto (como uma fotografia faz), mas sim todos os lados de um objeto em uma única tela plana. Queriam que o expectador pudesse visualizar todo o objeto representado de uma única vez. Para isto realizaram pinturas em que pintavam cada fragmento do objeto tema (um violão, vaso de flores, etc) em uma parte do quadro, gerando assim uma imagem formada por varias partes como um mosaico. O objeto representado ficava deformado. A intenção de representar todas as faces de um objeto sobre uma tela plana só foi conseguida de fato e satisfatoriamente anos mais tarde com a invenção do cinema que produzia seqüência de imagens que traziam a sensação de movimento.
A intenção de representar as varias faces dos objetos também trouxe para a arte, não pela primeira vez, mas de maneira mais forte, a idéia de vários planos e varias dimensões para representar uma imagem. Seria como se varias pessoas fizessem uma fotografia de uma arvore cada uma de uma posição (ponto de vista, paradigma) diferente e todas as fotografias fossem recortadas e coladas em um único papel para que pudéssemos ver os vários ângulos da arvore de uma única vez.
Os cubistas Pablo Picasso e Georges Braque foram também os primeiros a inserir recortes de revistas, jornais e outros objetos em telas para interagirem com a pintura. Com isto chamaram a atenção para uma característica tão simples da pintura mas que por alguns momentos perdemos no ato de admirar uma tela. A característica de que uma pintura é apenas uma pintura, ou seja, muitas vezes olhamos para a pintura de uma paisagem ou um vaso de girassóis com a intenção de ver uma paisagem ou um vaso de girassóis, sem nos lembramos de que é apenas uma representação, apenas tinta na tela que produz a sensação. A partir deste ponto podemos entender então a expressão de Michelangelo no século XV de que "arte é sobretudo coisa menta", e Raffaelo ainda disse na mesma época: "eu não pinto com a mão, e sim com o cérebro". Com tudo isto Picasso e Braque estavam demonstrando, assim como Michelangelo e Raffaelo tentaram dizer, que a obra de arte acontece na mente (ou no cérebro) de quem observa, e que o objeto artístico (a pintura na tela, o desenho, ou uma escultura) serve apenas para sensibilizar o expectador. Assim a pintura é apenas tinta na tela e as sensações causadas por ela, como por exemplo um rio correndo são percepções geradas pela ação do olhar refletida no cérebro ou mente do expectador. Além disto tudo, dizer que arte é coisa mental também significa que o artista primeiro pensa o que ira pintar, observa e entende a cena para depois realizar a pintura na tela, ou seja, a pintura acontece primeiro na mente do artista.
Picasso crio pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, cerâmicas, objetos artísticos, e fotografias. Sua carreira foi muito diversificada e longa. Em uma fase mais madura seus desenhos eram bem simples e se pareciam com desenhos de crianças, e não possuíam muito rigor técnico. Esta aparência era intencional. Picasso dizia que um artista deveria pintar com pureza e naturalidade, sem ter preocupações muito rigorosas com o que o desenho iria parecer, apenas desenhar como conseguisse e como achasse belo, assim a obra de arte comunicaria melhor alma do artista e seria mais bela pelo que representava do que pelo que era fisicamente. Por isto Picasso declarou que "Em poucos anos aprendeu a desenhar como Raffaelo, mas levou a vida toda para aprender a desenhar como uma criança".

 
Baseado em : STANGOS, Nikos (org). Conceitos da Arte Moderna, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2000.
VOCABULÁRIO
Vanguardista - aquele que vai a frente, novo.
Fragmento – parte separada.
Interagir – funcionar em parceria.
Sensibilizar – Produzir sensações. Por exemplo: A tela e os óculos do cinema 3D sensibilizam o expectador com as sensações necessárias para que tenhamos a impressão de que a imagem esta em terceira dimensão(3D) ou seja, saltando para fora da tela.

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